O apelido sugere o contrário, mas Hulk é o anti-herói da seleção brasileira. Titular desde a era Mano Menezes na seleção, o atacante do Zenit-RUS recebe as críticas e as enxuga. Ouve as vaias e abaixa a cabeça. Não distribui mágoas – diz ter força para superá-las e executar, em campo, o bom futebol que pode transformar no ídolo que nunca foi no Brasil.
“Quem me conhece sabe que sou acostumado a passar dificuldades”, diz o jogador. “Aí, quando se ganha, o resultado é mais saboroso. Minha vida foi assim: passando por dificuldades e no final vencendo”, diz o atacante da seleção.
Hulk não teve contato com o futebol profissional no Brasil. Passou muito cedo por uma série de clubes: Serrano-PB, São Paulo e Vitória. Saiu do Brasil em 2005 e foi ídolo dos japoneses Consadole Sapporo e do Tokyo Verdy antes de arrebentar no Porto. No Zenit, superou a desconfiança de colegas e torcedores para encerrar a temporada com créditos.
“Saí muito cedo do Brasil”, diz. “Então acham que o Hulk é um trombador, um cara que fica muito dentro da área. Não entendem meu estilo de jogo e me veem uma forma diferente.”
O atacante é o mais visado pela torcida. É ela quem pede constantemente a troca de Hulk por Lucas, atacante de 20 anos revelado no São Paulo e atualmente no Paris Saint-Germain-FRA. “Quando escuto o nome de Lucas ou de outro jogador, eu fico tranquilo porque tenho confiança. Quando saí [do jogo de Brasília] e fui aplaudido, fiquei feliz porque o trabalho era reconhecido. Muitos não me conhecem como jogador. Estão me conhecendo agora.
Hulk não teme as vaias. Sabem que elas podem reaparecer a qualquer momento, inclusive no jogo desta quarta-feira diante do México, em Fortaleza. “Preciso fazer o meu trabalho dentro de campo. É normal a vaia. E é normal o ser-humano vaiar sem nem me conhecer.”
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